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domingo, 31 de janeiro de 2010

Hedonismo Solidário

- As nossas avós sempre souberam colocar cor e encantamento em nossas vidas, com seus potes de doces em calda. Uma lata virava vaso e uma mesa velha e descascada se transformava numa linda mesa de jantar coberta por suas toalhinhas de crôche. Bordava a nossa infância com sonhos, histórias e guloseimas. Na simplicidade das coisas o carinho e o amor que hoje não vemos nas toalhas e nas flores de plástico. Pense!
Os momentos mais marcantes de nossas vidas estão nestas lembranças de coisas tão simples e tão envolvidas de amor.
 
Obcecados com a ideia de nos tornarmos mais ricos, mais magros, mais bem-sucedidos e mais jovens (tudo no campo individual), nos afastamos cada vez mais dos princípios do prazer e da felicidade. Então proclamo: sejamos hedonistas solidários!
 
Neste momento sua sobrancelha direita pode estar levantada, mas digo que os exemplos ao longo dos séculos demonstram que as premissas hedonistas foram desvirtuadas e pervertidas a ponto de hoje terem conotações negativas e individualistas na cabeça de muita gente. Conectados ao mundo real por meio do celular, da internet e da televisão, a gente se esquece que, embora o excesso seja ruim, uma vida que consiste apenas de trabalho, virtude, sacrifício e autodisciplina (mais uma vez no campo individual) é o caminho contrário ao da felicidade.

Para avaliar o verdadeiro grau de felicidade de nossas vida, devemos nos fazer as seguintes perguntas: "Nossos relacionamentos são estáveis e descomplicados?", "Damos boas risadas todos os dias?", "Conseguimos confiar nas pessoas?", "Aproveitamos ao máximo as coisas ao nosso redor?". Se a resposta é sempre não, é hora de repensar os objetivos e a esquecida e inigualável arte do lazer e do prazer. Vejam que para relacionamentos, risadas e confiança precisa-se de mais de uma pessoa e não você sozinho.

A arte do hedonismo solidário deve ser praticada com regularidade e não apenas em dias de folga ou durante as férias. Quem cede à beleza, ao prazer e ao gosto pela vida diariamente, não só se sente mais feliz como tem menos chance de entrar em depressão quando as coisas realmente ficam difíceis demais. Hedonismo não é um palavrão nem uma filosofia irresponsável, embora o nirvana permanente esteja fora do nosso alcance, o ser humano nunca deve desistir de buscar um estado tranqüilo de paz e de puro prazer.

 
Então, para deixarmos um pouco o individualismo e possibilitar o prazer também para os olhos dos outros, embelezemos nossa casa! E comecemos pelas áreas onde podemos receber pessoas. Beleza solidária, baby. Got it?

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